segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O Natal tem cheiro, têm sempre cheiro!


O meu pelo menos tem… cheiro a amor… a quentinho, a doce, cheiro a união… e tanto mais.

Lembro dos meus natais de pequenina, lembro das viagens de Alemanha até França. Das estradas cobertas de neve, dos gorros e cascóis de lã grossa, lembro da casa, da rua onde morada a minha avó paterna… lembra de brincar ali com os meus primos, lembro da árvore de Natal em cima de uma pequena mesa de apoio. Lembro do presépio ali mesmo à beirinha… lembro da mesa cheia com os tios, tias e nós pequenos…

Lembro das viagens até Portugal… ainda hoje as lágrimas me vêm aos olhos, quando recordo dos natais em Portugal em casa da minha avó materna… na noite de Natal eu e minha irmã dormíamos em casa da minha avó… numa cama minúscula, encostada à parede, num quarto minúsculo. Lembro do cheiro a madeira do chão… Lembro dos cheiros dos lençóis… do cheiro bom da minha avó Nazaré…
Não havia árvore de Natal, não lembro se havia presépio, mas lembro de deixarmos os sapatinhos pertinho da porta no estreito corredor de madeira, coberto com mantas compridas.
Os sapatinhos muito direitinhos à espera que o Menino Jesus passasse por lá enquanto dormíamos… E passava!
De manhã, de camisas de dormir pelos joelhos, lá corríamos nós até ao estreito corredor, e lá estavam as prendas nos sapatinhos… não lembro se eram grandes, pequenas, mas lembro que estavam lá!!
E eram tão bons aqueles Natais!

Hoje tento fazer o mesmo com as minhas filhas… dar-lhes cheiros de  Natal… não interessa o valor das coisas, interessa que lá fique no coração marcado o cheiro do Natal. Amor! Sem ele nada vale a pena…
E é sempre com amor que fazemos tudo o que envolve esta quadra… desde o embrulho de cada mimo destinado a família e amigos, desde a vela do advento que se acende a cada domingo que nos aproxima do Natal, os chocolates que se começam a comer no dia 1 de Dezembro do calendário de advento de cada uma delas.

Depois há as bolachinhas que fazemos juntas, o bolo rei, e este ano quero também pedir a receita à minha mãe das suas maravilhosas filhoses de cenoura e experimentar a fazer.
Este ano intensifiquei o cheiro das bolachinhas, e segundo as filhotas estavam boas.



300grs de Açúcar mascavado, 150gr de margarina derretida e 2 ovos
Bater tudo muito bem na batedeira, depois de estar um creme bonito, cremoso e fofo, juntar 1 colheres de chá de gengibre em pó, 1 colher de chá de erva doce, raspa de 1 Limão grande e sumo de meio limão. Bater tudo muito bem.
500 grs de farinha (com fermento) e junto mais uma colher de chá de fermento Royal.

Ao preparado já fora da batedeira, junto 250 de farinha e misturo muito bem com a ajuda da colher de pau, bem envolvida junto mais 250 grs de farinha e coloco as mãos e vou amassando até a massa se desprender da taça, se necessitar ir colocando farinha até que ela se desprenda.
Retira-se a massa da taça, e vai ao frio envolvido em película aderente, por duas horas. Podem ficar até 2 dias.

Aquecer o forno 180º. Polvilhar tábua grande, ou bancada com um pouco de farinha, dividir a massa em 2, uma fica no frio e a outra vai se trabalhando, estender com a ajuda de um rolo, depois com um cortador (há vários com figuras de Natal até bem em conta, os meus são do LIDL) brincar com a massa.
A que sobra volta-se a juntar bem com as mãos e voltar a espalhar bem com o rolo. As figuras, vamos colocando no tabuleiro revestido com papel manteiga (papel vegetal), e vai ao forno 10/12 minutos, quando as tiramos elas estão um pouco molinhas mas depois de as colocarmos em cima de uma rede para arrefecer elas começam a endurecer e ficar mesmo bolacha.
Eu costumo coloca-las num tabuleiro de pizza com buracos.
Divido a massa em duas, porque quando as trabalhamos convém que não estejam moles, e o facto de ir ao frio ajuda a que se trabalhe melhor depois.

Esta receita deu para 5 tabuleiros.